terça-feira, 18 de novembro de 2014

Quaresma volta a ser talismã
























Desde a última sexta-feira que se geravam grandes expectativas à volta do Argentina x Portugal de hoje, ora pelo duelo Leo Messi x Cristiano Ronaldo, ora pelo regresso de Ronaldo e Nani a Old Trafford. A verdade é que nenhum dos dois acontecimentos foram sinónimos de espetáculo. 
Analisemos sumariamente o desenrolar do jogo durante os 90 minutos:
O melhor (ou menos mau) período do jogo correspondeu, indiscutivelmente, à primeira metade do primeiro tempo, com a Argentina a estar claramente por cima no jogo e a criar situações de golo, com Messi e Di María como principais protagonistas. 
Na segunda metade da 2ª parte do jogo, Portugal subiu ligeiramente de rendimento, com o único lance de verdadeiro perigo para a seleção das quinas a sair dos pés de Cristiano Ronaldo, numa jogada individual mal concluída pelo capitão português. 
Apesar do melhor momento da Argentina no jogo, o empate a 0 prevalecia até ao intervalo. 
E se o jogo já estava mau, piorou bastante quando no recomeço da partida as equipas regressam ao relvado sem as suas grandes estrelas. Para grande desilusão dos adeptos, Old Trafford não iria voltar a ver a magia de Messi e Ronaldo nos 45 minutos que se seguiram.
E, inevitavelmente, a saída dos gigantes tornou o jogo mais cinzento, resultando numa segunda parte monótona com o jogador em maior destaque a ser provavelmente Nico Gaitán.
O embate entre as duas seleções caminhava a passos largos para um pobre empate sem golos, até que, já para lá dos 90', Portugal garante a vitória tardia numa jogada verdadeiramente representativa do que foi o jogo durante a hora e meia: Adrien remata forte contra o corpo de Éder, que altera a trajetória da bola e isola Quaresma que cruza com precisão para o coração da área e Raphael Guerreiro, aproveitando a desorganização da defensiva argentina, cabeceia para o fundo da baliza.
A história repete-se e, mais uma vez, Ricardo Quaresma entra para ter influência direta no golo da seleção. Tinha acontecido contra a Dinamarca e contra a Arménia, onde assistiu por duas vezes Ronaldo, e voltou a acontecer hoje, frente a Argentina. Será que nos podemos referir a Quaresma como uma espécie de talismã para a seleção? As estatísticas dizem que sim: 3 jogos na condição de suplente utilizado, 3 assistências para golo.
Não podíamos deixar de destacar o papel de Raphael Guerreiro no golo, que apareceu no lugar certo à hora certa alcançando um feito histório, tanto para ele, individualmente, como para a seleção. Raphael marca o seu primeiro golo em 2 jogos pela seleção e, com apenas 20 anos de idade, põe termo a um jejum de vitórias da seleção nacional frente a Argentina, que durava há mais de 40 anos.
Concluo este artigo com uma pequena alusão às palavras de Fernando Santos no final do jogo, que se mostrou satisfeito com a entrega da equipa, mas insatisfeito com a prestação coletiva no que toca ao futebol praticado durante os 90 minutos.

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