segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Última jornada - Liga Espanhola

Se bem percebo o futebol e o sistema de pontuação, quando duas equipas disputam o primeiro lugar do campeonato, é do maior interesse de cada uma delas, aproveitar para pontuar quando o adversário não o faz. 
Assim, esta regra aplica-se tanto ao 1º classificado (Real Madrid), que deve pontuar o máximo possível para assegurar o primeiro lugar, como ao 2º classificado (Barcelona) que deve igualmente vencer, com o intuito de diminuir a distância pontual que o separa do primeiro posto, aproveitando possíveis deslizes dos líderes.
Ora o que se viu ontem foram duas equipas irreconhecíveis, que foram derrotadas por dois plantéis francamente mais pobres.

Comecemos por falar do Real Madrid. Os merengues tinham uma deslocação a Valência que se adivinhava mais complicada que a deslocação do Barça ao terreno da Real Sociedad. Ainda assim, e tendo o Real Madrid o melhor plantel do mundo do ponto de vista individual, na minha opinião, a vitória parecia quase obrigatória. Num jogo em que até começaram a ganhar, os jogadores do Real foram relaxando na partida e demonstraram também alguma falta de eficácia. Ora na maior parte das vezes, relaxar significa distraír, e assim como se distraíram no ataque, falhando na finalização de várias jogadas, distraíram-se também na defesa, permitindo a reviravolta no marcador. Aponto ao Real Madrid de ontem algum excesso de confiança e, simultaneamente, falta de vontade, sendo que algumas das oportunidades dos merengues, que seriam, à partida, facilmente concretizáveis, foram desperdiçadas por mera displicência (lembro-me agora de uma de Ronaldo de baliza aberta e outra de Bale). 

Quanto ao Barça, a situação parece-me um pouco pior. Ora se já antes sequer do Real Madrid jogar, o Barcelona sabia que tinha de vencer a Real Sociedad, depois do Real Madrid ser derrotado, os 3 pontos passaram a ser mesmo uma obrigação. Quando vi o auto-golo de Alba que colocava a Real Sociedad em vantagem aos 2 minutos, o meu primeiro pensamento foi: "Calma que o Barça dá a volta". Certamente, com mais 90 minutos de jogo, o Barcelona conseguiria contornar a situação, ainda por cima sabendo que o golo da Real Sociedad nem sequer foi marcado pela equipa de Moyes. Porém, 90 minutos depois, o resultado mantinha-se e o Barcelona desperdiçava de forma inédita uma possibilidade de agarrar a liderança do campeonato. Admito que me chocou um pouco ver o Barcelona ontem. As habituais jogadas mágicas, a circulação perfeita da bola, e aquele desejo de entrar com a bola na baliza não estiveram presentes na exibição do Barça. Ao invés, pude ver Messi, Iniesta e Suárez a tentarem a meia distância, com remates frouxos e desenquadrados. 



De ambos os lados (Madrid e Barcelona), pareceu-me haver falta de vontade por parte das duas equipas em conquistar os três pontos, algo que não se aceita quando apenas um ponto separa as duas equipas. Nota ainda para a estreia de Enzo Pérez e para o golo de Otamendi, ex Porto.

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